Levantamento do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho (MPT/OIT) apontou que os benefícios concedidos por transtornos mentais relacionados ao trabalho em atividades relacionadas à contabilidade cresceram 78% em 2024, ultrapassando a pior marca registrada na série histórica iniciada em 2012, registrada em 2020, no ápice da pandemia de covid-19.  Além disso, um estudo da consultoria global WTW revelou que 43% dos trabalhadores no Brasil relatam sintomas de ansiedade ou depressão. A Organização Mundial da Saúde OMS estima que mais de 300 milhões de pessoas sofrem de depressão globalmente, e o Brasil lidera nos índices de ansiedade. 

No meio contábil, situações como obrigações fiscais com prazos apertados, instabilidade de sistemas do governo, constantes mudanças de regras, riscos de penalidades financeiras, complexidade tributária e autocobrança constante ampliam o desgaste mental. A síndrome de burnout já atinge cerca de 40% dos trabalhadores brasileiros. Segundo o Ministério da Saúde, entre os principais sintomas encontram-se cansaço excessivo, físico e mental, dores de cabeça constantes, insônia, dificuldade de concentração, sentimentos de incompetência e isolamentos como sinais recorrentes.

Nesse contexto, o Conselho Regional de Contabilidade do Paraná (CRCPR) chama a atenção para o fato de que saúde mental não é luxo, é pilar da sustentabilidade profissional e empresarial. O assunto já foi tratado pela entidade em outras oportunidades, em especial por ocasião da entrada em vigor do novo texto da Norma Regulamentadora No.1 (NR1), no dia 26 de maio deste ano, mas nunca é demais reforçar o alerta aos profissionais e empresários da contabilidade, especialmente no âmbito do Setembro Amarelo - Mês de conscientização sobre a importância da prevenção do suicídio.

Sinais de alerta no ambiente de trabalho contábil  

Saiba identificar quando você, um colega ou sua equipe podem estar sinalizando necessidade de apoio. Os sinais incluem:

• Fadiga persistente, dores de cabeça ou insônia, sem causa aparente
• Irritabilidade excessiva, impaciência frequente
• Isolamento e afastamento de colegas ou de atividades comuns
• Quedas no desempenho, dificuldade de concentração ou atenção
• Desmotivação prolongada, sensação de desesperança
• Abandono de tradições ou rotinas que antes geravam satisfação

A Comissão CRCPR Sustentabilidade, responsável pelas ações de promoção da cultura de ESG na entidade, reforça que cuidar da saúde mental de contadores e empresários é parte da missão de construir uma contabilidade forte, resiliente e alinhada com a Agenda 2030 e o Pacto Global da ONU. A saúde mental não é apenas uma meta social, mas uma estratégia inteligente: ambientes emocionalmente saudáveis geram menor absenteísmo, turnover e conflitos, além de maior produtividade.

Neste Setembro Amarelo, o CRCPR convoca: olhe com atenção — para si e para os outros. Ao identificar um sinal de sofrimento, ofereça escuta, incentive apoio e promova práticas que fortaleçam o equilíbrio emocional. Juntos, podemos fazer da contabilidade um espaço mais saudável e sustentável.