Estão abertas as inscrições para o Fórum do Auditor, um dos eventos mais tradicionais da contabilidade do Paraná. Neste ano, nos dias 4 e 5 de setembro, na TV CRCPR, o programa comemora 20 anos de existência com uma edição especial repleta de especialistas que discutirão temas essenciais para a atualização profissional. Ao longo de dois dias, palestrantes falarão sobre a Reforma Tributária, fraudes corporativas, inteligência artificial e os novos papéis da auditoria no cenário global. A participação é gratuita e deve ser feita separadamente para cada dia!
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O painel “Fraudes corporativas: o que está em jogo e quem responde por isso?”, será apresentado no dia 4/9, com mediação de Sérgio Augusto da Porciúncula Junior e Everton Araken Paetzold, coordenador e membro da Comissão CRCPR Auditoria Contábil, respectivamente. O tema será ministrado pelo especialista Valdir Renato Coscodai, conselheiro de administração com quase 40 anos de experiência em auditoria externa e ex-presidente do Instituto de Auditoria Independente do Brasil (Ibracon).
Confira a entrevista a seguir com o palestrante Valdir Renato Coscodai:
CRCPR Online: Qual o papel do auditor independente na identificação das fraudes e no encaminhamento dos processos legais? Ele deve investigar suspeitas de que tome conhecimento durante seu trabalho?
Valdir Renato Coscodai (VRC): Para realizar a identificação, o auditor deve planejar e executar seu trabalho a fim de obter segurança razoável de que as demonstrações financeiras como um todo estão livres de distorção relevante, causada por fraude ou erro. Isso significa identificar e avaliar os riscos de fraude e implementar procedimentos de auditoria para abordar e responder a esses riscos. O auditor deve comunicar à administração e aos responsáveis pela governança os assuntos relacionados a fraudes em momentos apropriados ao longo do trabalho de auditoria, bem como, em alguns casos, às autoridades reguladoras. É importante reforçar que não é o papel do auditor efetuar investigações em uma auditoria de demonstrações financeiras. Se o auditor identificar fraude ou suspeita, ele deve discutir com a administração se a organização estabeleceu um processo de análise ou investigação de forma apropriada e entender as ações corretivas implementadas.
CRCPR Online: Quais são os maiores desafios enfrentados pelos auditores ao considerar os riscos de distorções devido a fraudes dentro das organizações?
VRC: A função do auditor é fundamentalmente diferente do de um investigador forense. Seu trabalho não é descobrir, especificamente, fraudes. A falta de especialização em técnicas forenses ou a falta de poderes de investigação, como os que uma autoridade pública possui, limita a capacidade do auditor de aprofundar a análise de forma exaustiva. Além disso, o auditor opera com base em uma “segurança razoável” e não absoluta. Ou seja, ele não examina 100% das transações, utiliza o conceito de materialidade, baseado na relevância e trabalha com evidências persuasivas, mas não necessariamente conclusivas. Como resultado, existe um risco inerente de que fraudes bem dissimuladas não sejam detectadas. Por fim, mesmo que o auditor aplique o ceticismo profissional e a diligência exigidos, a detecção de fraudes torna-se significativamente mais difícil quando estas são cometidas por meio de expedientes complexos, envolvendo conluio de membros da administração, funcionários ou terceiros. Nestes casos, as evidências fraudulentas podem parecer legítimas e os controles internos da organização podem ser intencionalmente contornados.
Aprenda mais sobre identificação de fraudes corporativas no Fórum do Auditor 2025!
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